Um dos maiores desafios do setor agro nos dias atuais é sincronizar o fornecimento de alimentos para a população mundial com a sustentabilidade, uma vez que há, cada vez mais, uma pressão pela não derrubada de árvores para a produção de grãos e pastagens. Levando em consideração que o produtor rural brasileiro é o mais sustentável do planeta, ele tem adotado cada vez mais tecnologias para não desrespeitar a terra em que produz.
Desde a década 90, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem estudando e desenvolvendo soluções tecnológicas para a recuperação de pastagens deterioradas. Através de inúmeros projetos realizados em diversos estados, a Embrapa se uniu a várias instituições, como a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), para alcançar o objetivo de evitar o desmatamento e aumentar a produção.
A Embrapa desenvolveu, exclusivamente para a Amazônia, cultivares de gramíneas que auxiliam na manutenção da produtividade da pecuária mesmo em áreas que sofrem com encharcamento e, consequentemente, com a degradação do solo e a morte das pastagens. Além de apresentarem boa resistência, proporcionar longevidade às pastagens e aumentar sua capacidade de suporte, essas gramíneas também foram responsáveis por triplicar a taxa de lotação do pasto, apresentando ganhos não só para o produtor, quanto também para o meio ambiente.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Maurício de Andrade, as forrageiras também são ricas em proteína bruta, elevando sua qualidade nutricional, além de serem resistentes a pragas e doenças. Dessa forma, elas influenciam positivamente não só na dieta animal, como também na produção e rentabilidade dos sistemas agropecuários da região.
“Esse aumento de produtividade evitou a abertura de novas áreas para a formação de pastagens. Estima-se que foram poupados 23 milhões de hectares de floresta, que não precisaram ser desmatados”, informa a Embrapa.
Ainda sob a ótica de Andrade, o uso crescente dessas gramíneas também proporciona ganhos ambientais ao viabilizar o reaproveitamento de áreas desmatadas e improdutivas na região, o que tem contribuído para reduzir a pressão sobre a floresta amazônica, em apoio aos princípios de sustentabilidade.
Fontes:
– Canal Rural