Para obter uma formação de pastagem eficiente e lucrativa, os produtores devem se atentar, antes de tudo, à apuração da gramínea. Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres Carvalho, fatores como clima, relevo e solo, por exemplo, são essenciais para essa escolha e pode aumentar o resultado em até R$ 400 por hectare.
Para auxiliar na escolha de compra dos melhores capins, o agrônomo Wagner Pires dá algumas dicas que são de suma relevância para esse processo. Primeiramente, o especialista ressalta que pesquisar, ver a ficha técnica dos materiais, testar e observar é a etapa mais importante.
“Quer plantar um capim novo, não faça grande área dele. Não faça uma área muito extensa, comece com uma área pequena, faça um teste, avalie ele no período da água e no período da seca, pelo menos um ano. Está satisfeito com o capim? O gado está gostando? Aí você planta mais”, indica.
Conhecer e estudar a topografia da fazenda é um dos passos desse método. Se o terreno for inclinado, é recomendado o plantio de gramíneas que soltam brotação lateral e crescem horizontalmente, pois o uso de capins que formam moitas acaba propiciando o processo de erosão. A fertilidade também é um fator crucial que deve ser levado em consideração. Caso o produtor não tenha os recursos necessários para fazer as correções que o solo precisa, o uso de gramíneas mais resistentes à baixa fertilidade é mais recomendada.
Para além, possuir, pelo menos, três variedades de gramíneas que se complementam entre elas é mais um ponto significativo para a produção, além de torná-la sustentável. Porém, é importante ressaltar a importância da aplicação do pastejo rotacionado para que o gado não perca tempo, nem energia procurando pela gramínea favorita.
Por fim, Wagner Pires destaca as principais forrageiras e suas características. A Brachiaria decumbens, por exemplo, tolera baixa fertilidade e é bastante palatável para o gado. Em contrapartida, tem uma taxa de lotação mais limitada e é mais susceptível ao aparecimento de cigarrinhas. Já a Marandu e Piatã são mais inflexíveis quanto à fertilidade, porém o material é de alto nível. As gramíneas Xaraés crescem rápido, são tolerantes a solos mais úmidos e funcionam muito bem em sistemas rotacionados, apesar de não serem tão apetitosas para o gado. Por outro lado, as Paiaguás têm alta tolerância à seca e conseguem sobrevida em regiões com 6 a 7 meses de estiagem.
Fonte:
Giro do Boi
Embrapa