É do solo que vem os alimentos e a maior parte do que a população consome. Ele é fundamental não só para a produção alimentar, como também para os serviços ambientais e para as mudanças climáticas. A questão de sustentabilidade e o sequestro de carbono, por exemplo, são diretamente relacionadas a ele.

Por estar numa zona quente e úmida, o solo brasileiro é considerado pobre por conta do intemperismo (desgaste do solo). Apesar de não ser tão fértil e ser muito ácido, em termos de questões físicas (mecânica, profundidade, etc.), o solo brasileiro foi transformado, através de pesquisas realizadas pela Embrapa, em um solo muito rico. Dessa forma, o Brasil tornou-se um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimento, fibras, energia e sustentabilidade.

Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Embrapa e cientista do solo, afirma que não se pode mais apenas aumentar a produção sem pensar na questão da sustentabilidade. No Brasil, desde a década de 80, a produtividade aumentou em mais de 400% enquanto a área de produção aumentou só 60%, ou seja, houve um avanço imenso da produtividade com sustentabilidade.

A pesquisadora também ressalta a importância de práticas conservacionistas para não perder tudo o que o solo produz para a nossa sobrevivência. Apesar da degradação do solo ser uma realidade em qualquer lugar do mundo, hoje, no Brasil, temos diversas práticas eficazes que nos ajudam a contornar o problema, como o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta, a rotação de culturas, entre outros.

Vale ressaltar a importância de um trabalho minucioso para o aproveitamento do solo. O produtor rural deve se atentar a não revolver muito a terra e manter a cobertura do mesmo. A questão de bioinsumos também é de extrema relevância para a não dependência de uma balança comercial externa de fertilizantes.

Maria de Lourdes falou ainda sobre os próximos lançamentos da unidade da Embrapa Solos que irão servir de apoio para o avanço contínuo da agropecuária brasileira. “A gente vai lançar […] o mapa de estoque de carbono dos solos brasileiros de 0 a 30 cm e a até um metro […]. Você vai saber qual a reserva de carbono nos solos brasileiros e isso vai servir como linha de base para o Plano ABC e outros programas, outras iniciativas de manejo e conservação de solos brasileiros”, adiantou.

Fontes:

– Canal Rural